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ROI VIDAL
( GALICIA )
(Também conhecido como Rei Vidal.)
Roi Vidal Ponte, nascido em Santiago de Compostela a 31 de agosto de 1982, é professor, filólogo, poeta, dramaturgo, crítico de teatro, músico e encenador.
LicenciadO em Filologia Galega pela Universidade de Santiago de Compostela e em Direcção Cénica pela Escola Superior de Arte Dramática da Galiza.
Começou a publicar poesia e teatro em revistas como Revista das Letras , Dorna ou Casahamlet . Finalista em 2008 do II Prémio Rádio Cultural Rádio Teatro (Geral) com a peça Último Capítulo, do Prémio Juventude Cria em 2010 com o livro de poemas Pop (Junta de Galicia) e em 2011 com o conto Un Coitelo manchado de graxa. Em 2012 ganhou o Prémio Câmara Municipal de Carral com a coleção de poesia Teatro . A sua peça "Canção Triste de Wall Street" faz parte do livro Banqueiros (Laiovento, Prémio da Crítica 2013). Em 2014 publicou uma biografia de Roberto Vidal Bolaño intitulada Fóra de Portas (Edicións Positivas).
Como diretor teatral, estreia as peças Matilde , de David Pobra e Mario Benedetti (para Bicodobrelo, 2008), Faraoas (Tirita Producións, 2011), Operación Triunfo (criação coletiva de Gargallada Teatro baseada em Ubu Roi de Alfred Jarry , 2015) e Illa/Ollo , a partir de texto de Manuel Lourenzo (com a companhia Nasdrovia, 2015). Em 2018 iniciou a sua atividade nas Oficinas de Teatro da Câmara Municipal de Pontareas, dirigindo a peça O guarda-chuva transparente, uma criação coletiva.
Crítico e estudioso do facto teatral em meios como Vieiros, Faro de Vigo, Protexta ou Praza Pública , integra atualmente o conselho editorial da erregueté.
Poesia
Amort , 2007, Revista das Letras. / Romat , 2009, Revista das Letras. / Pop , 2010, Xunta de Galicia. / Teatro , 2013 , Espiral Maior . / As máscaras brancas, 2019. Positivo.
TEXTOS EM GALEGO - TEXTOS EM PORTUGUÊS
ARRINCANDO MAR 2019: Estévez, Paula Carballeira, Quico, Raúl Gómez Parto, Roi Vidal, Rosalia Fernández Rial, Suso Díaz, Xavier Xil Xardón. Santiago de ompostela, Galicia: Edicions Positivas, 2019. 87 p. ISBN 978-84-949336-8-4 No.10 887
Exemplar Biblioteca de Antonio Miranda
RUÍDO
Y además, te quiero y hace tiempo y frío.
J. Cortazar
Non é que faga frío nin que falte música
sucede porén que adormecemos na roupa
cravámonos olladas
sucede porén que adormecemos na roupa
cravámonos olladas
percorrémonos curvas
tirámonos dos pelos
amámonos com gumes
querémonos intactos
pasámonos co sal
lembramos esa noite
arde a respiración
afogamos no óxido
existe a intransixencia
esiximos pel
esnaquizamos
pelexamos pulmón
ven onde te agochas
recoñecémonos na cinza
roubada luz da boca
vén, onde te agochas?
Non sé que fixese frío nin que faltase música
a luz era de estrofas e de intentos e de números e
facía tempo e ruído e a calor
De Amort (Revista das Letras, 2006)
- COÑEZOTE
como a unha man
firmada polo tempo que virá
é por iso
que estou lonxe
do lugar onde me esperas
é por iso
que estou cerca
do que ficará depois
coñezote sen verte
e seite de memoria
como a música dun río
a descender da neve
(sinfonía de saloucos e violins)
como o ruído da neveira
que deixamos sempre aberta
como esta carne a arder
entre os coitelos
confiemos
na tormenta
celebremos
este tempo de verán
De Teatro (2013)
RÉÑEME
cando te amo
por non saber dicirche
de memoria
a descrición desta condena
censúrame
o lugar
e borra este monólogo
de mitos
verticais
De Teatro (2013)
MÁNCHAME
súame
as esquinas
véndeme
as respostas
dáme
forte a espalda
písame
no baño
péchame
a xanela
bótame
na dúbida
tirame
dos pelos
pídeme
perdón
De Teatro (2013)
II
Un berro é un berro
mais nós sabemos do mundo polas xemas dos
dedos
e non podemos esquecer o tacto das mentiras na
infancia
veludo sintético
proído entre as pernas
e como picaba o xersei de la
Un berro é un berro
e non podemos esquecer o frío a nos quitar o sono
mais que decir ante unha imaxe coma esta
tan diáfana
que queima
tan concreta
que rexeita descricións
Monstros.
Monstros verdes e peludos
enriba dunha cama sem facer.
De As máscaras brancas (2015)
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
RUÍDO
E além do mais, te quero e faz tempo e frio.
J. Cortazar
Non é que faça frio nem que falte música
sucede porém que adormecemos na roupa
cravámo-nos olhares
sucede porém que adormecemos na roupa
cravámo-nos curvas
amámo-nos com arestas
queremo-nos intactos
passamo-nos com sal
lembramos essa noite
arde a respiração
afogamos no óxido
existe a intransigência
exigimos pele
nos esmagamos
nós lutamos pulmão
vem de onde te escondes
reconhecemo-nos na cinza
roubada luz da boca
vem, onde te escondes
Não sei se fez frio nem que faltasse música
a luz era de tentativas e de números e
fazia tempo e ruído e o calor
De Amort (Revista das Letras, 2006)
EU TE CONHEÇO
como uma mão
firmada pelo tempo que virá
é por isso
que estou longe
do lugar onde me esperas
é por isso
que estou perto
do que ficará depois
eu te conheço sem ver-te
e te conheço de memória
como a música de um rio
a descer da neve
(sinfonia de soluços e violinos)
como o ruído da geladeira
que deixamos sempre aberta
como esta carne a arder
entre as facas
confiemos
na tormenta
celebremos
este tempo de verão
De Teatro (2013)
QUEBRE-ME
quando te amo
por não saber contar
de memória
a descrição desta frase
censura-me
o lugar
e borra este monólogo
de mitos
verticais
De Teatro (2013)
CONTAMINA-ME
sua-me
as esquinas
vende-me
as respostas
dá-me
forte a espalda
pisa-me
no banho
feche a
janela
ponha-me
em dúvida
puxa os
meus cabelos
peça-me
perdão
De Teatro (2013)
II
Um berro é um berro
mas nós sabemos do mundo pelos botões dos
dedos
e não podemos esquecer o taco das mentiras na
infância
veludo sintético
pruriginoso entre as pernas
e como doía o suéter de lã
Um berro é um berro
e não podemos esquecer o frio a nos quitar o sono
mais que dizer diante uma imagem como esta
tão diáfana
que queima
tão concreta
que rejeita descrições
Monstros.
Monstros verdes e peludos
encima de uma cama sem fazer.
De As máscaras brancas (2015)
*
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Página publicada em julho de 2024
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